terça-feira, 7 de dezembro de 2010

YES ... WE CAN !!!

 Dr. Diego Peres Magalhães 
Olá!

Venho aqui tentar regar um pouco essa semente que nosso amigo Fabrício está tentando plantar. Será que “adotar” uma criança especial e atendê-la em nosso consultório é realmente possível? Essa é a pergunta que a maioria de vocês deve estar fazendo. SIM, É POSSÍVEL!

Antes de tudo quero por alguns dados para vocês se situarem da realidade em que vivemos e insistimos em não enxergar. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em torno de 10% da população mundial é considerada ESPECIAL, sendo 50% destes indivíduos com deficiências mentais. Essas condições mentais podem ser divididas em leves, moderadas e profundas. Os pacientes portadores de distúrbios mentais leves são a grande maioria (cerca de 85%), sendo estes PERFEITAMENTE condicionáveis de se atender em ambiente ambulatorial, vulgo nosso consultório.

Então, visto que quase a totalidade dos pacientes com distúrbios mentais podem ser atendidos ambulatorialmente, por que estes têm tanta dificuldade de acesso a esses serviços? A resposta que mais costumo ouvir é que nós, CDs, não temos preparo suficiente para realizar o atendimento, principalmente pela lacuna existente nas grades curriculares dos cursos de graduação [o que não deixa de ser uma verdade].

Entretanto, o que mais precisamos para realizar esse tipo de atendimento chama-se ESTABELECIMENTO DE VÍNCULO. Isso mesmo! Vínculo entre você CD, a criança especial e, principalmente, dos cuidadores. E isso não ocorre em uma só consulta. Esse é o maior erro dos colegas que tentam atender uma criança especial. Provavelmente durante uma primeira consulta, você não conseguirá realizar quase NADA durante o atendimento (embora seja importante fazer algo, nem mesmo que seja uma escovação supervisionada). Esse vínculo virá após várias consultas. A criança se acostumará com o ambiente, com os barulhos (que não são poucos!), e principalmente com VOCÊ (o tão famoso condicionamento). Os cuidadores perceberão a importância disso tudo e entrarão no jogo, te ajudando ao máximo possível na realização dos procedimentos e, principalmente, em casa ao realizar o cuidado diário da boca do nosso coleguinha especial.

Claro que o atendimento a crianças especiais não se resume a isso. Mas fazer isso já é mais do que meio caminho andado para o sucesso! Então, o que custa você ser um pAPAE Noel? Vamos ajudar a regar essa semente!

Abraços! 

Diego Peres Magalhães

Mestre em Clínica Odontológica/Estomatologia pela Universidade Federal do Ceará(UFC)
Especialista em Odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais - ABO/CE
Especialista em Endodontia - UFC

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